Italianos na Champions 22/23 #1

Yuri Said Cardoso
8 min readMay 5, 2023

Contra rivais fortes, Napoli e Inter tiveram posturas opostas em suas estreias na UCL

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Nesta quarta-feira, 7 de setembro, Napoli e Inter fizeram estrearam no principal torneio europeu de clubes, e jogando em casa. Em solo italiano, os nerazzurri entraram em campo para enfrentar o duríssimo Bayern Munique, enquanto os napolitanos também davam o pontapé inicial contra um adversário tão complicado quanto — o Liverpool, vice-campeão da última Champions League. Em tese, os times da Velha Bota fariam suas partidas mais duras da fase de grupos. Em Milão, essa situação foi escancarada, mas não foi o que se viu no sul da Itália.

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Napoli 4–1 Liverpool

Os napolitanos faziam seu debute contra o vice-campeão europeu. Invicto, o time do sul da Itália buscava uma boa estreia, aproveitando o mau início de temporada do rival inglês. Apoiado na fase magnífica do surpreendente Kvaratskhelia, o Napoli rapidamente saiu na frente logo aos 5 minutos, com Zielinski, em cobrança de pênalti. Antes, já tinha acertado a trave com Osimhen.

Mantendo a pressão no início de partida, Anguissa era o mais participativo da equipe e, após jogada com Osimhen, o time italiano teve mais um pênalti marcado a seu favor. Depois de chamada do VAR, o árbitro viu o pisão de Van Dijk no atacante nigeriano e marcou a infração. O próprio camisa 9 foi para a cobrança, mas parou em Alisson.

Com 30 minutos da etapa inicial, o Napoli dava a bola ao Liverpool, mas conseguia chegar com mais perigo. O time italiano finalizou mais, e quase ampliou o placar com Kvaratskhelia. Após ganhar a disputa com Gómez, Osimhen tocou para o georgiano, que só não pode comemorar porque Van Dijk tirou em cima da linha.

Só que a pressão partenopea continuava muito grande. E, após bobeada da defesa inglesa, Zielinski acionou Anguissa, que só teve o trabalho de tocar para o gol na saída de Alisson. O time italiano capitalizava sua boa partida e, aos 31 minutos, já abria uma ótima vantagem contra um complicado adversário.

O time inglês criava suas chances, mas não conseguia levar perigo ao gol de Meret, que se mostrava seguro, fazendo boas defesas. Aos 41 minutos, Osimhen alegou lesão muscular e pediu para ser substituído. Oportunidade para Simeone ganhar tempo em campo. E, logo no primeiro toque na bola, Cholito colocou seu nome na súmula.

Kvaratskhelia, mais uma vez, mostrou porque promete ser a cara dos azzurri na temporada. Em boa jogada pela direita, insistiu, ganhou de Gómez e deu o passe para Simeone capitalizar rapidamente seus minutos em campo. O Napoli fez 3 a 0, teve pênalti perdido, e foi mortal em suas oportunidades criadas. Era um massacre.

O segundo tempo no estádio Diego Armando Maradona começou muito movimentado. Gómez, após uma desastrosa primeira etapa, deu lugar a Matip, que logo no primeiro minuto, exigiu boa defesa de Meret. Na sequência, o rolo compressor do Napoli apareceu mais uma vez. Depois de lançamento de Anguissa para Zielinski, o polonês aproveitou a chance, e em rebote de Alisson, tocou por baixo da bola para ampliar o placar.

O Liverpool rapidamente respondeu. Díaz recebeu a bola na esquerda, e cortando para o meio, bateu sem chances para Meret. Logo depois, o próprio colombiano novamente levou perigo à meta de Meret, em finalização para fora e em forte cabeçada defendida pelo italiano.

Mas a verdade é que pouco se viu depois do forte início da segunda etapa. Klopp tentou dar um baque no Liverpool, surpreendendo ao tirar Salah e Firmino de campo, mesmo precisando do resultado, para colocar Núñez e Diogo Jota. O treinador alemão ainda promoveu a estreia de Arthur, ex-Juventus.

Restou a festa da torcida napolitana. Que, aos gritos de “olé”, celebrava o ótimo resultado frente ao mais temido adversário do Grupo A. Com destaque para Zielinski, Anguissa e Kvaratskhelia, Spalletti garantiu três pontos muito preciosos para a classificação ao mata-mata. Principalmente porque, no outro jogo da chave, o Ajax fez 4 a 0 sobre o Glasgow Rangers.

A Inter não teve qualquer chance contra o Bayern Munique, que passeou em Milão (Getty)

Inter 0–2 Bayern Munique

Os nerazzurri faziam sua estreia no grupo da morte após derrota no Derby Della Madonnina, frente ao poderoso Bayern Munique, que, até agora, sobra no seu campeonato nacional. Revivendo o confronto da final de 2010, a Inter entrava em campo com o importante desfalque de Lukaku, e buscava uma importante vitória para animar os ânimos de um início de temporada inconstante.

Onana, recém-contratado, fazia a sua estreia pela Inter, substituindo Handanovic — a princípio, parecia que Inzaghi havia barrado o esloveno, mas o técnico afirmou, depois do jogo, que deixou o capitão, De Vrij e Barella descansarem. De qualquer forma, o camaronês tinha a missão de parar o imponente ataque bávaro, de 27 gols em sete compromissos na temporada. Liderados por Mané, os alemães vinham com força máxima para a sua primeira partida europeia.

Em um começo de duelo bastante intenso, as duas equipes criaram chances rapidamente. O Bayern aplicava seu jogo de imposição no campo de ataque, e a Inter buscava aproveitar os espaços com rápidas transições ofensivas, apoiadas no pivô de Dzeko. Os bávaros tiveram boas oportunidades com Müller e Coman, que pararam em Onana, muito exigido no início de partida.

Os nerazzurri se fechavam e conseguiam criar poucas chances. Os alemães controlavam a partida e criavam de todas as formas, até que Kimmich, em um belo lançamento, achou Sané. Aos 25 minutos, o atacante saiu livre em frente a Onana, efetuou um belo domínio, sem deixar a bola cair, driblou o goleiro e só empurrou para o fundo das redes. A imposição bávara gerou frutos, finalmente.

O restante da primeira etapa marcou um domínio absurdo dos alemães. O time italiano se escorava na boa atuação de Onana, e não conseguia incomodar o Bayern. Apenas Dumfries levava a Beneamata ao ataque nas saídas de velocidade. A torcida interista tentava empurrar os nerazzurri, mas não fez frente à diferença dos níveis de atuação das equipes. Müller, Sabitzer e Coman eram os que mais criavam e ajudaram os bávaros chegaram ao intervalo com 10 finalizações à meta.

As duas equipes voltaram sem substituições para a segunda etapa, e a Inter começou a crescer na partida. Através da briga de Dzeko e Lautaro com os zagueiros do Bayern, a Beneamata buscava manter a posse no ataque para a chegada dos pontas. No entanto, a luta dos atacantes teve pouco efeito, pois Neuer seguia sem trabalhar.

O Bayern rapidamente voltou a dominar amplamente o terreno de jogo. Aos 66 minutos, Sané recebeu pela direita, buscou tabela com Coman e tocou na saída de Onana. O goleiro até conseguiu desviar a finalização, mas D’Ambrosio, tentando tirar a bola, acabou mandando para a própria meta.

Inzaghi tentando mudar o panorama da partida, promoveu quatro substituições de uma vez. Saíram Dumfries, Dzeko, Bastoni e Skriniar, que deram lugar a Darmian, Correa, Dimarco e De Vrij — ou seja, apenas mudanças de nomes, mas nada de alteração no sistema. Assim, pouco se viu de boa produção da equipe italiana. Mesmo com as modificações, a Inter não conseguia se impor em campo.

A melhor, e rara, chance da Inter surgiu em um erro de saída de bola do Bayern. Correa recebeu um presente dentro da área, frente a frente com Neuer, e finalizou para fora. Depois de perder pontos cruciais em casa, a equipe italiana terá de reagir no Grupo C, visto que o Barcelona, seu outro adversário na chave, goleou o Viktoria Plzen por 5 a 1.

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Yuri Said Cardoso

Jornalista. Fã de Esportes, Filmes, Séries, Música e Cultura Popular. Autor em: @osmagpies (Twitter e Instagram) e Calciopedia.